A enxaqueca é um tipo de dor muito comum, que gera incapacidade e frequentemente progressiva, uma de suas características é o aumento da excitabilidade do sistema nervoso central. Tem uma incidência em 18% das mulheres e 6% dos homens, com pico de prevalência em indivíduos entre as idades de 25 e 55 anos.

Um dos tratamentos para a enxaqueca é o uso do neurobiofeedback é uma intervenção comum no tratamento da dor.

O neurofeedback (também chamado de neurobiofeedback ou EEG biofeedback) geralmente se refere ao biofeedback baseado em frequência que usa um EEG para fornecer aos clientes informações sobre suas ondas cerebrais e ensina gradualmente e sutilmente às pessoas como alterar sua atividade de ondas cerebrais. Os sensores são conectados ao couro cabeludo e o sinal EEG bruto é amplificado, o espectro de frequência é extraído por meio de uma transformação de Fourier e os componentes de frequência selecionados são exibidos por meio de uma interface do usuário, como um videogame. O tipo de biofeedback periférico monitora o funcionamento dos sistemas nervosos simpático e parassimpático (por exemplo, respiração, resposta galvânica da pele), o neurofeedback monitora a resposta do sistema nervoso central.

Neurofeedback na literatura

 

Uma revisão preliminar da literatura sobre as aplicações clínicas do neurofeedback sugere que ele pode ser eficaz para problemas cognitivos, emocionais e físicos. Existem estudos randomizados controlados de neurofeedback aplicados a outras condições, além da enxaqueca, como TDAH, epilepsia não controlada, dificuldades de aprendizado, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, autismo e lesão cerebral traumática. As pesquisas com utilizando o neurofeedback no tratamento da enxaqueca estão crescendo cada vez mais.

Anormalidades na atividade eletrofisiológica são comumente encontradas no cérebro de pacientes com enxaqueca, portanto, é muito plausível que intervenções envolvendo o neurofeedback possam ser benéficas. Crianças com enxaqueca, aquelas com e sem aura, demonstram frequências teta aumentadas em comparação aos controles normais. Um protocolo popular de neurofeedback para enxaqueca enfatiza protocolos que recompensam 12-15 HZ nos lobos temporais nos locais T3 e T4. Siniatchkin e colaboradores demonstraram uma redução significativa na enxaqueca em 10 jovens migrantes após 10 sessões de neurofeedback nas áreas frontal e central da linha média, ensinando-os a controlar a atividade potencial cortical lenta, representando sensibilidade e reatividade corticais. Michael Tansey permitiu que quatro indivíduos com enxaqueca eliminassem suas cefaleias após o treinamento de neurofeedback nas áreas frontal e central da linha média, que mostravam que as baixas frequências se tornaram menos dominantes e as altas foram aumentadas. Um estudo anterior descobriu que o biofeedback térmico não era mais eficaz que o neurofeedback no tratamento da enxaqueca.

A minha experiência com uso do neurofeedback como ferramenta e estratégia terapêutica começou há dois anos, quando conheci um psicólogo que tratava pacientes que apresentavam desordens emocionais com o aparelho de biofeedback. A partir desse momento vi que muitos pacientes com cefaleia quando associado a distúrbios emocionais apresentavam melhora expressiva quando comparado com outras abordagens. Achei interessante e comecei a dedicar tempo de estudo e inseri essa proposta e meus atendimentos. Atualmente consigo quantificar e perceber objetivamente a melhora que os pacientes estão apresentando.
Rafael Reis – Fisioterapeuta convidado
Formado na Universidade Mauricio de Nassau
Pós-graduado em Osteopatia pela EBOM
Membro da IASP (Associação Internacional do Estudo da Dor)
Formação em neurometria funcional e neurofeedback
Formação internacional em Terapia Cognitivo Funcional (CFT)
Formação Internacional no Conceito Mulligan
Formação no Método Busquet
Formação em Neurociência da dor
Formação em Neurofisiologia da Dor