A enxaqueca é uma das cefaleias primárias mais prevalentes, tendo como característica uma “desordem” no sistema nervoso central, caracterizada por dor de cabeça, náuseas, sensibilidade à luz (fotofobia), ao som (fonofobia) ou movimento da cabeça (saiba mais sobre a enxaqueca neste link!). Como entender a possível relação entre a enxaqueca e dores no corpo?

Outra característica que pode ser encontrada em pacientes com enxaquecas é a alodínea, que é o nome dado quando estímulos inócuos são interpretados como dolorosos, por exemplo: dor ao tocar no cabelo. Vamos falar um pouco mais sobre isso agora!

Em um artigo publicado, os autores notaram a presença de alodínea em aproximadamente 2/3 (dois terços) dos 500 pacientes com dor de cabeça que foram avaliados. A alodínea recentemente vem sendo estudada de forma mais sistemática, usando testes sensoriais quantitativos. Observações comuns, como a rigidez do pescoço (estado premonitório comum) pode ser considerada uma manifestação do sinal clínico. Combinada com excessiva hiperatividade muscular, os pacientes podem relatar que cicatrizes antigas, tornam-se desconfortáveis ao toque, por exemplo.

A dor pulsante (característica da enxaqueca) poderia ser uma forma de alodínea, por vasodilatação. Da mesma forma, a dor poderia vir pelo movimento da cabeça, tosse ou simples fato de ficar deitado.

Sensibilização central

Com o quadro de dor prolongada e de intensidade de moderada a severa que acontece na enxaqueca sugeriu-se que a hiperexcitabilidade aferente nociceptiva, pode influenciar a fisiopatologia da doença. Desta forma, teríamos o que denominamos sensibilização central.

Sensibilização Central é definida como um fenômeno na desregulação do sistema nervoso central, resultando em hipersensibilidade de estímulos não nocivos. O desenvolvimento de alodínea extracefálica, tem sido atribuído a sensibilização dos nervos talâmicos trigeminosvasculares de terceira ordem.

 

Enxaqueca e dores no corpo

 

As apresentações de dor na cabeça dos pacientes tornam-se um desafio para um diagnóstico assertivo, pois a localização e o curso temporal não permitem uma definição única e imediata. A dor pode se espalhar por todo corpo de forma difusa, dificultando identificar sua origem.

O primeiro ponto que devemos analisar é a dor referida, no qual a dor originária de um tecido afetado é sentida a distância e não é transferida de origem nervosa. Um segundo componente é a sensibilização central (como já relatado), podendo levar a enxaqueca da forma aguda para crônica. A relação entre a enxaqueca e dores no corpo parece começar a fazer mais sentido.

Na prática clínica não mudará muito, pois na medida que foi diagnosticado como quadro de enxaqueca, um trabalho multiprofissional será de extrema importância e necessário para esses pacientes. Incluindo:

  • Medicamentos específicos;
  • Alimentação balanceada;
  • Atividades físicas individualizadas;
  • Fisioterapia: disfunções musculoesqueléticas, pois a cervical geralmente estar envolvida nesses pacientes,
  • Terapia cognitiva comportamental

 

Dr. Marcio Quirino – Equipe Head & Neck Fisioterapia

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